Como a Macrobiótica entrou na minha vida.
Sinto que não encontramos a macrobiótica, ela acontece na nossa Vida.
Costumo dizer que dei início a esta minha viagem de auto-transformação, quando um amigo me apresentou a União Budista Portuguesa em 2007. Isto porque desde essa altura, a minha atenção, que antes era direcionada para fora, de forma dispersa para o passado e para o futuro, começou a ser trabalhada como um músculo, ganhando mais centro, estabilidade e presença. Foi a partir dessa altura que comecei a olhar para mim de uma outra forma, observando-me.
Depois da meditação veio o yôga por volta de 2010. As práticas de asana acompanhadas com respirações lentas e profundas, funcionaram para mim como uma meditação ativa, que complementava na íntegra com as práticas de meditação sentada, como duas mãos dadas. A consciência corporal e os exercícios de respiração contínuos (pranayama), ajudaram a que a minha atenção se voltasse cada vez mais para dentro. Mal eu sabia que estava a preparar corpo e mente, ganhando a cada dia mais equilíbrio, para o que viria a seguir: tomar umas das decisões mais importantes da minha vida.
Esse grande passo aconteceu em meados de setembro de 2011, à entrada do outono. Recordo-me de estar a almoçar com uma colega de trabalho, e de partilhar com ela que tinha descoberto a culinária macrobiótica, mas na altura nem lhe consegui explicar muito bem o que efetivamente era e o que tinha aprendido até então.
Família e amigos notavam as diferenças a cada dia: "Estás com uma pele e um cabelo mais brilhante", "...estás com muito boa energia!", "Noto-te muito mais calma e focada.", "Uau! Estás mais bonita, com mais Luz"...e foi assim que a macrobiótica começou a acontecer na minha vida.
Aos poucos foi-me transformando, ajudando a aproximar cada vez mais de mim própria, a estar mais presente no aqui e no agora e consequentemente a ganhar uma maior identificação com a Natureza.
Para além dos sinais de melhoria serem imediatos e notórios, foi e tem sido um processo longo de integração. Porque a macrobiótica não é só uma dieta, é sim uma filosofia de vida que demora algum tempo a enraizar e a acontecer dentro de nós. Saber é uma coisa, sentir é outra. E foi também esse alinhamento que ganhei entre pensamento, sentimento e ação. Esta integridade que vamos adquirindo, dia após dia, ao tornarmos "o nosso alimento, o nosso medicamento" (Hipócrates).
O consumo regular de alimentos de base vegetal, como cereais integrais, leguminosas, legumes, verduras, algas, fermentados, frutos e sementes, simplifica o trabalho dos nossos órgãos e consequentemente, simplifica a nossa vida. Se o nosso corpo está a funcionar sem esforço, isso será refletido na nossa energia e nas nossas nossas emoções.
É um ciclo, como todos os ciclos da natureza. E é a consciência de que nos integramos também nós nesta cadeia cíclica que nos permite tornarmo-nos mais íntegros, mais integrais, mais nós.